Caderno na mão, lápis no bolso,
Ele ia caminhando pelo caminho areado.
Chupando ouricurí cajú e muricir.
Arrastando a sandália preta na areia úmida.
O verde Das árvores me seguia,
E ele caminhava sentindo o cheiro,
O cheiro de mato verde.
Cobras, preás, formigas-congas, pássaros.
O menino caminhava para a escola.
Fim de tarde, lá vem ele.
Passava embaixo do arame farpado,
Encurtava o caminho pra casa.
Ia colhendo os ouricuris já seco no chão.
Pá, pá, pac! A pedra batia, abria o ouricuri.
Pegava a baga e comia.
Outro ouricuri. Pá, pá, pac, quebrava-se.
Está nascido! Um sabor adocicado.
O tempo se passou, nunca mais quebrei ouricuri,
Nem sentir o cheiro do mato verde.
Nunca mais o barulho Das areia mugindo,
Nem o barulho do quebra- quebra ouricuri.
Há! Que saudade do pé de muricir,
Do ouricuri maduro e seco. Do pá, pá pac.
Que saudade do quebra- quebra licurir.
Os amigos se reuniam ao por do sol,
Para quebrar os coquinhos e comer a bága.
(DenivalMaias

Nenhum comentário:
Postar um comentário