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sábado, 19 de maio de 2012

CRÔNICA DE FORMATURA

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Na noite as vuvunzelas tocaram alto, as mãos aplaudiram,os amigos se abraçaram num abraço bem abraçado. Caminho longo, mas não distante, perto, foi ontem o dia que resumiu uma jornada em busca de mais um pouco de saber, o caminho estar agora com as trancas abertas para que possamos continuar a perseguir outros sonhos,que até ontem fugia da realidade do tempo, chegou, conseguimos.

O sol ainda com o brilho tranquilo do amanhecer acariciou a minha derme depois que os meus olhos acordaram e viram na antiga gaveta um canudo com minha fotografia e a um diploma estendido ao lado. Ainda no ninho de amor vejo meu anjo que esteve ao meu lado nesta caminhada, minha esposa, minha amada.

O sabor da conquista ainda parece um sonho e não sei quando vou acordar, nem sei se quero. Melhor emendar a outros sonhos e seguir os passos dos desafios que a vida generosamente esparrama sobre as pautas já escritas de um ser ainda muito raso. O capelo sobre a cabeça, que inquietamente, incessantemente, preocupou-se em fazer certo o que precisava ser uma faixa cor de sangue abaixo do peito talvez indique que nós nunca estaremos cheio completamente, mas é bom estarmos acima da metade perto do coração. Na mão que tanto lutou o selo da conquista, um anel de ouro envolto no dedo retrata a grandiosidade do momento e das conquistas infinitas que alcançaremos no seguir da caminhada. Amigos de todos os graus, de perto, de longe, de muito longe de perto, de pertinho, mas, todos do peito e as lágrimas batiam o tempo todo à porta dos olhos e se contentavam em festejar um dos momentos únicos na vida daquele estudante da vida, que filosoficamente se debruça sobre o encantamento do aprendizado, e se deslumbra com a superação das dificuldades.

Celebremos! Celebremos juntos, todos de pensamentos interligados pelo menos naquele instante, na certeza que conseguimos subir mais um degrau na escada das experiências do saber. E quase nada fica para trás, ao seguirmos nesta caminhada, com certeza a vida exigirá que sigamos com toda nossa bagagem adquirida neste compasso de uma trajetória que se funde à nossa história

As palavras, os versos de um poema, as simples explicações, as explanações comparativas, as análises do que estar por vir parece minúsculos diante do que existe dentro de cada um dos formados

No palco das apresentações, um espelho que refletiu nossos comportamentos durante a nossa andância pela universidade ali, centenas de pessoas estavam atentas aos movimentos da dança da conquista. Era uma coreografia de mais um sonho realizado, e o intelecto recheado de expectativa, e a alma adocicada pelo momento em sermos amante do saber, ou simplesmente filósofos.

A teia tecida com os mais diversos fios dos saberes, folcloricamente ligados feito fuxico costurado, pintado feito aquarela, trançados feito planta trepadeira, com os ramos esparramados sobre o vale da interdisciplinaridade humana.

Os laços de nó apertados, afroxa as virtude fraternal que sucumbe o egoísmo que grudava feito garra - picho na roupa da alma, sacudimos até se soltar e arribamos feito pássaro ao encontro de mais emoções na dança diacrônica da vida de estudante que se eternizará num vaso raro que estará sempre aberto se enchendo dos pingos do saber que gotejam , da chuva torrencial ou da brisa mansa que cai na solidão das madrugadas geladas.

A tenda humana do coração, estendidas à humanidade quase sempre deixando seme- aberto a comporta para que os rios se compartilhem formando um mar gigantesco, onde gerações sejam alimentadas pelos resquícios trazidos pela água do aprendizado nas vielas da história e se misturem aos córregos dos dons e alcance a existência antropocêntrica.

Encontros e desencontros, caminhos e descaminhos, onde se bebe águas doces e salobras, algumas coisas teremos de vomitar a fim de não contaminar a nascente do rio outra degustaremos mesmo sendo amargas como fel ao atingir nosso íntimo. São as pedras que por certo encontraremos no meio dos caminhos.

(...)

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